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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Provada ao Extremo

No dia 5 de maio de 2009, levantei-me mais cedo do que de costume para realizar minha devoção diária. Eu estava lendo o livro de Êxodo. Diante de mim, estava o relato que antecedia a travessia do Mar Vermelho. Fazia pouco tempo que eu havia me formado em Medicina e estava casada com um pastor. 

Estávamos servindo na Patagônia, Argentina. Logo ocorreria a entrevista para uma residência médica em um hospital público. Eu já havia prestado a prova escrita, restando a entrevista. Havia apenas duas vagas. O ingresso seria definido na entrevista diante de um painel formado por 7 a 10 pessoas, aproximadamente, que daria uma nota que seria somada à da prova escrita. 

Porém um assunto me preocupava. Eu havia decidido ser cristã e, como esposa de pastor, decidira que durante a residência eu não iria aos sábados ao hospital. E agora chegara o momento crucial. Como pedir o sábado livre num hospital? Em minha oração naquela manhã, eu disse: “Senhor, tens o poder para trabalhar na mente das pessoas que comporão o painel de avaliação. Faze o que deves fazer.” 

O que ocorreu na entrevista foi singular. Basicamente foram perguntas a respeito do trabalho de meu marido, quanto tempo ficaríamos na cidade, etc. Ao tomarem conhecimento de que eu era adventista, eles me perguntaram a respeito do sábado. “A verdade é que prefiro não trabalhar no sábado”, respondi. Então, uma das pessoas encerrou a entrevista de forma brusca, solicitando que eu conferisse minha nota total à tarde. 

Foi isso o que fiz, e como pensei, fiquei em terceiro lugar. Eu não fora aceita. Ponto final ou reticências? Ao ver minha nota, descobri que houve um erro. A pontuação não correspondia. Embora eu tivesse tirado zero na entrevista, minha nota era maior (com a qual, obviamente eu podia ser admitida). Quis falar com a encarregada, mas me disseram que a procurasse na semana seguinte. 

No dia marcado, eu me apresentei, mas poucas horas antes, a vaga fora dada a outra pessoa. Pedi para ver os resultados de minha prova. A evidência de que não haviam incluído uma nota ficou clara. Mencionei o erro à encarregada das residências. “Faça uma carta apresentando sua reclamação”, ela me disse. 

Mas, ao conversar sobre isso com meu esposo, concluí que eu não deveria escrevê-la. (Continua na próxima semana.)

Elmita Acosta
Rio Gallegos, Argentina

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