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sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Uma questão de fé

Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. 
Apocalipse 2:10

Em 2001, passei no vestibular para cursar Geografia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), um sonho que consegui realizar após alguns anos de tentativas. A UESB, localizada na cidade de Vitória da Conquista, dista, aproximadamente, 160 quilômetros da cidade de Cordeiros, onde eu residia.
Minha rotina começava às quatro horas da madrugada, para chegar à Universidade às 7h30 e retornar às 14 horas a fim de chegar em tempo para trabalhar até às 22h50. As pessoas achavam que eu não iria conseguir
finalizar o curso, mas eu tinha certeza de que Deus havia me dado esse presente. Na cidade em que eu morava não havia cursos preparatórios e as disciplinas que eu havia cursado no magistério não contemplavam assuntos de seleção para a universidade. Por isso, insisti e fui fazer minha matrícula para cursar o primeiro semestre.
Ao chegar ao colegiado, fui surpreendida com a notícia de que as disciplinas eram ministradas de segunda-feira a sábado. Convicta de que não assistiria às aulas aos sábados, fui até à coordenadora do colegiado e expliquei minha situação. Sem rodeios, ela afirmou que era melhor eu procurar outro curso que não tivesse aulas nesse dia. Sem querer tecer mais argumentos, fiz minha matrícula e decidi esperar para ver o que aconteceria. Então, duas jovens me informaram que tinham amigas na mesma situação e que elas tinham resolvido o problema pedindo ao pastor permissão para que pudessem assistir às aulas. Elas sugeriram que eu fizesse o mesmo. Expliquei-lhes que não se tratava de obediência ao pastor, mas a Deus.
As aulas começaram e tentei dar o melhor de mim durante toda a semana, até que tive a oportunidade de participar da aula do professor que iria ministrar aos sábados. Cheguei cedo, participei ativamente das atividades, esperei que todos os alunos saíssem e fui falar com o professor. Apresentei-lhe minha argumentação com respeito ao sábado e esperei a resposta dele. O professor disse que não me reprovaria por faltas, mas acreditava ser difícil eu ter um bom aproveitamento assistindo apenas 50% das aulas. Por
isso, sugeriu que eu trancasse a disciplina. Certa de que diante de mim estava uma grande oportunidade, solicitei-lhe que me permitisse continuar na disciplina e prometi que me esforçaria para ser a melhor aluna. Ele aceitou minha proposta.
Todas as segundas-feiras eu procurava me informar e a respeito de todo o conteúdo abordado no sábado. Percebi que ele não marcava nenhuma avaliação para esse dia. Ao fim do semestre, no último dia de aula, quando ele se despediu da turma, pegou minha mão e disse: “Cíntia, parabéns! Não imaginei que você conseguiria! Você alcançou a melhor nota da turma; é uma ótima aluna!”
Fiz as matrículas em todas as disciplinas em cada semestre, e, por minha boa conduta em sala de aula, os professores permitiam as adaptações.
Houve momentos em que parecia que eu não iria conseguir, mas pude perceber que Deus colocava Seus anjos em meu caminho. Houve uma ocasião em que uma professora se dispôs a me dar aulas individuais no meio da semana para que eu não fosse prejudicada no andamento do curso. Nunca fui reprovada em nenhuma disciplina. Em 2006, ano da formatura, fui escolhida para ser a oradora da turma. Vi nessa ocasião mais uma oportunidade de falar das maravilhas de Deus.
Hoje, sou graduada em Geografia e especialista em Gestão Escolar.
Deus me deu a vitória de ser aprovada em quatro concursos públicos dos quais assumi dois. Tenho certeza da proteção e do cuidado de Deus e sou grata pelo privilégio de testemunhar de Seu poder e amor. Vale muito servir a Cristo!

Cíntia Paula Camargo Santos Cordeiro
Igreja Adventista Central de Cordeiros, BA (Uneb)

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