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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Vale a pena ler...

VICIADOS EM REDES SOCIAIS

O vício em redes sociais é uma realidade e tem impactos impossíveis de ignorar [...]. Um dos primeiros estudos a revelar a força dessa nova dependência de forma inconteste foi apresentado em fevereiro pela Universidade de Chicago. Depois de acompanhar a rotina de checagem de atualizações em redes sociais de 205 pessoas por sete dias, os pesquisadores concluíram, para espanto geral, que resistir às tentações do Facebook e do Twitter é mais difícil do que dizer não ao álcool e ao cigarro. Uma consulta aos números do programa de dependência de internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (IPq-HCUSP) dá contornos brasileiros ao argumento posto pelos americanos de Chicago.

Hoje, 25% dos pacientes que buscam ajuda no programa do IPq o fazem atrás de tratamento para o vício em redes sociais. “E esse percentual deve aumentar”, afirma Dora Góes, psicóloga do programa. “Até o fim do ano queremos ter um módulo específico para tratar essa vertente da dependência de internet.” Não será fácil estabelecer um protocolo de tratamento. O vício em redes sociais é forte como o da dependência química. Como o viciado em drogas, que com o tempo precisa de doses cada vez maiores de uma substância para ter o efeito entorpecente parecido com o obtido no primeiro contato, o viciado em Facebook também necessita se expor e ler as confissões de amigos com cada vez mais fre­quência para saciar sua curiosidade e narcisismo. Sintomas de crise de abstinência, como ansiedade, acessos de raiva, suores e até depressão quando há afastamento da rede, também são comuns. “É como um alcoólatra”, afirma Dora. “Se para ele o bar é o objetivo, para o viciado estar sempre conectado às redes sociais é a meta.” [...]

Atualmente, a atenção em torno do assunto é tamanha que já há setores defendendo a inclusão da dependência por redes sociais na nova edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, da Associação Americana de Psiquiatria, que deve ser publicada em maio de 2013. [...] Considerando a escala potencialmente planetária desse novo candidato à doença – o Facebook tem 901 milhões de usuários no mundo, sendo 46,3 milhões no Brasil, o segundo país com maior participação da Terra –, o pleito é mais do que razoável. [...]

Um estudo feito pela Online Schools em fevereiro, batizado de “Obcecados pelo Facebook”, mostrou que metade dos usuários da rede social com idade entre 18 e 34 anos faz o primeiro acesso do dia logo que acorda, sendo que 28% o fazem enquanto ainda estão na cama.

Entender as razões dessa compulsão em ascensão é um desafio. Por que usamos tanto e, às vezes, até preferimos esses canais para nos comunicar? Carlos Florêncio, coach e consultor em desenvolvimento pessoal há 20 anos, com mais de 60 mil atendimentos no currículo, tem uma teoria: “Nas redes sociais temos controle absoluto sobre quem somos”, diz ele. Lá, as vidas são editadas para que só os melhores momentos, as mais belas fotos e os detalhes mais interessantes do dia a dia sejam expostos. Até os defeitos, quando compartilhados, são cuidadosamente escolhidos. “É uma realidade paralela em que todos apresentam o que julgam ser suas versões ideais”, afirma Florêncio. E isso tem um custo imenso. São poucas as pessoas que conseguem, de fato, viver o ideal que projetam, o que gera grande frustração. E mais: privilegiar as relações mediadas pela internet compromete as nossas habilidades sociais no mundo real. “Desaprendemos a olhar no olho, interpretar os sinais corporais e dar a atenção devida a quem está ali, diante da gente”, diz Dora, do IPq-HCUSP.

Mas nem tudo é ruim nas teias das redes sociais. Pelo contrário. Grande parte do que elas oferecem é bom. O problema é saber dosar o uso para que as vantagens não sejam ofuscadas pelo vício que surge com os excessos. “Ame a tecnologia, mas não a ame incondicionalmente”, afirma Daniel Sieberg, autor do livro The Digital Diet (Random House, 2011), sem tradução para o português. [...]

(IstoÉ)

Nota: Não há dúvidas de que a internet facilitou nossa vida e potencializou a pregação do evangelho, mas precisamos tomar cuidados, especialmente no que se refere às redes sociais. Se o “mundo” está preocupado com isso, como deveriam estar os cristãos? Além do aspecto do vício, que é preocupante, há também a questão da falta de tempo para o que realmente é relevante. Por conta do tempo perdido, muitos navegantes virtuais não mais estudam a Bíblia ou oram como deveriam (e a vida espiritual depende disso). Perdem a espiritualidade imersos na virtualidade. Outra coisa é o testemunho virtual. Muitos pretensos cristãos se esquecem de que sua identidade virtual é uma extensão da real e postam fotos totalmente incoerentes com a vida de um verdadeiro filho de Deus: aparecem em roupas e poses sensuais, divulgam (de graça) marcas, produtos e alimentos incompatíveis com a fé/estilo de vida que professam, etc. Esquecem-se de que o cristão sempre está testemunhando – a favor ou contra o cristianismo. Uma das sugestões do gráfico acima é escolher um dia para desintoxicação digital. Que tal, adventistas, fazer isso no sábado? Você, que guarda o sábado como dia sagrado, deve ter especial atenção às “águas virtuais” pelas quais navega nesse dia. Que tal, nas horas do sábado, mais do que em qualquer outro dia, dedicar-se apenas à evangelização por meio de textos, links e fotos que tenham que ver com a Bíblia e a religião? Que tal, no dia de sábado, desligar-se da rede mundial de computadores e estreitar seus relacionamentos reais, com Deus e com as pessoas? [MB]

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