Desculpem mais um atraso!
Sem mais delongas....
UM CRIME, 65 MIL MORTOS
Texto-Base: Juízes 19-21
Nome: Desconhecidos (coloquialmente conhecidos como “Levita e sua
concubina”)
Filiação: Desconhecidos
Nacionalidade: Israelitas. Ele, de Efraim, ela de Belém
Profissão: Levita, provavelmente sacerdote
Geração: Juízes
Versículos que contam sua história: 47 (Juízes 19:1-20:17)
Exemplo: Negativo
Contexto: Após alguns anos habitando em Canaã, o povo de Israel é
surpreendido com a história de um crime sexual. Não havia a liderança política
de um Juiz, e Israel ainda não havia pedido um Rei. Existia uma certa ilusão
que o país era governado diretamente por Deus, mas a maldade do povo de Gibeá
provou que os homens não estavam preparados para a liderança divina.
Moral Básica: Essa história se aparenta com um grande épico, onde,
de um caso isolado de estupro e homicídio, há um desencadeamento em verdadeira
guerra civil, com milhares de mortos. É uma demonstração clara também: o que
começa errado termina errado. Uma série de equívocos pequenos se acumulam em
uma bola de neve que quase dissipa uma das 12 tribos de Israel. Precisamos ter
cuidado com pequenos defeitos, com pecadinhos, que se não combatidos só tendem
a crescer e trazer destruição.
Você
acompanha os jornais? Se a resposta for “sim”, você deve saber o que é a
“Primavera Árabe”. Há pouco mais de um ano, uma série de países árabes, do
Norte da África e Ásia, tem passado por sérios problemas de desordem e
violência, em protestos populares contra as ditaduras que vigoram em suas
nações. Atualmente, o caso mais noticiado é o da Síria. Mas você sabe como
começou a Primavera Árabe? Os primeiros protestos que ocorreram na Tunísia em
Dezembro de 2010, foi uma reação popular a auto-imolação de Mohamed Bouazizi,
que ateou fogo ao próprio corpo, cometendo suicídio como forma de protesto
contra a corrupção policial e maus tratos que sofrera. A morte de um único
homem que reivindicava seus direitos foi o estopim de levantes que já
derrubaram os ditadores da Tunísia, Iêmen, Egito e Líbia.
A
história de hoje fala de um casal de ilustres desconhecidos, que sofreu um
crime horrendo, e que acabou gerando um genocídio. Sempre foi uma história
marcante para mim, principalmente por acontecer no meio do povo de Deus. É
impossível para um leitor da Bíblia mais experiente não comparar a história de
Juízes 19 com a da destruição de Sodoma e Gomorra. Viajantes numa cidade má,
uma turba de homens violentos dispostos a cometer estupro e homossexualidade,
uma visão machista de vítimas que oferecem suas próprias mulheres para servirem
de sacrifício, etc. Só que, diferente da história de Gênesis, em Juízes estamos
falando de israelitas, homens educados nas Leis de Deus. É chocante e absurdo
ver a degradação humana.
Mas
perceba que a história é uma sucessão de erros. Logo no 1° versículo do texto
analisado, vemos a anarquia vivida pelo povo de Israel. Alguns podem me
interpor dizendo que estou blasfemando. Israel não tinha rei na época, pois era
governado diretamente por Deus, eles podem dizer. Não é anarquia e sim
Teocracia. Mas sejamos francos, uma sociedade verdadeiramente governado pelo
SENHOR não teria homens dessa estirpe que lemos na história. Não ter um homem
de Deus para liderar o povo, para servir de autoridade, seja como Juiz ou Rei,
dá espaço para maldade e libertinagem.
Repare
que a Bíblia dá um indício da intenção vã do levita para com a mulher. Em
nenhum momento ela é chamada de esposa, e sim concubina. A falta de compromisso
do homem em relação a sua companheira é vista não só na sua separação (“porque
brigaram”, Jz 19:2), como no desprezo que demonstra a permitir que ela ficasse
sozinha com a “gangue” que o queria matar, e também como não se preocupou em
protegê-la ou cuidá-la depois do ato consumado, deixando-a esperar na porta por
horas por alguma ajuda.
Perceba
também que o levita evitou parar em Jebus, e seguiu adiante para Gibeá,
confiante que seria melhor tratado numa cidade habitada pelo Povo de Israel. No
entanto, ficou na praça, muito tempo, esperando quem o acolhesse. A
hospitalidade da época era considerada até sagrada, mas parece que não para a
tribo de Benjamim.
Não
precisamos perder muito tempo comentando o ato nojento dos homens que cercaram
a casa em suas intenções maldosas, todavia acredito eu quem nem o medo ou o
desespero serve de desculpa para o levita e para o velho da vila, que mediante
o povo lá fora, ofereceram respectivamente sua mulher e sua filha para os
acalmarem. Que machismo, e que crueldade! Atitudes assim fazem com que muitas pessoas
acreditem que o sexo feminino é inferiorizado pela Bíblia.
O
homem toma uma decisão extrema, e recorre a todas as outras tribos de Israel,
com pensamento de vingança. Elas se reúnem para justiçar o levita, com o
intuito de atacar apenas os homens de Gibeá. Mas aí, vemos um novo defeito de
caráter enraizado no povo: o patriotismo cego. A população de todas as cidades
de Benjamim toma as dores de Gibeá, e decidem se unir contra o povo que
procurava a justiça! Aquele crime já era agora motivo de guerra civil. Defender
um irmão de tribo estuprador e assassino era mais correto que praticar o bem e
não deixar impune o mal. Em 3 dias de guerra, foram 65 mil mortos, e quase a
aniquilação de uma das tribos, como podemos ver no desenrolar do conflito, nos
últimos versículos do livro de Juízes.
Não
há muito o que concluir, a história fala por si só. É muito difícil algo que
começa em tanto erro, em tanto distanciamento de Deus terminar com alguma coisa
boa. Por mais difícil que o mundo possa fazer parecer, praticar o bem é sempre
o melhor. Porque nunca se sabe o que um “pequeno” ato de maldade, de desprezo,
de falta de amor pode causar. Reveja suas atitudes e pensamentos, e bote mais
Deus na sua vida.
Não sou eu que defino o certo ou o
errado, mas gosto de fazer vocês pensarem sobre isso.
QUE DEUS ABENÇOE A CADA UM DE VOCÊS
QUE CHEGARAM ATÉ AQUI.
Volto em 15 dias, com mais um
Ilustre Desconhecido.
Ósculo Santo!
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